segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ainda sobre partidas


   Sim, eu sei que é todo seu o direito da partida, mas ainda sendo o maior partidário da liberdade existente na Terra, me dói ter sido obrigado a te ver saindo. Você chegou e foi embora tão de repente, que até hoje estou um pouco anestesiado pelos dois sustos. É bem aquela sensaçao que temos quando levamos um susto grande ou um choque. Paramos e olhamos pro nada por alguns segundos tentando entender o que aconteceu, com o coração batendo acelerado. Assim que fiquei durante um longo tempo. Parado. Tentando entender. Ainda com o coração acelerado.
   As vezes puxo na memória as coisas que aconteceram e tento lembrar o derradeiro momento onde eu fiz algo de errado. Qual segundo mal pensado fez com que eu cometesse uma atitude tão condenável que te fizesse espantar da minha vida. Que frase grosseira e indizível eu me atrevi a mencionar e que cobriu de areia e sal aqueles planos feitos ao telefone em madrugadas insones. Será que fui junkie demais, pensante demais, apressado demais, eu demais? Quem eu fui demais ou de menos que carimbou a minha passagem de volta da sua vida? Fico pensando se talvez tivesse derramado um pouco daquela elegância misteriosa pregadas em livros de auto-ajuda e por qualquer pessoa que já tenha se relacionado com alguém, talvez tivesse sobrevivido a mais alguns cafés. Talvez até no melhor café do Barra Shopping.
   Naqueles momentos ociosos e carentes que me cercam muitas vezes, vez ou outra lembro de voce e de todos os momentos felizes que nosso pseudo-namoro não nos proporcionou. Dos dvd's que nao vimos, dos jantares que nao fizemos, do presente de um mês que eu nao te dei. Dos esporros que nao levei por matar aula, das solidões que nao senti por não te ver e você ter que estudar praquela prova de nefro que te atolou de matéria, daquela vez que nao chorei no seu ombro por estar triste sem motivo. Tanta coisa que poderia até montar um álbum de fotografias mentais, caso a tecnologia me permitisse. Sabe uma que me é bem forte? Aquela vez que não fomos naquela festa e não pulamos feito loucos e nos beijamos quando começou a tocar "Hold it against me", a mÚsica que não foi nossa.
Depois que voce foi embora, acho que aquela paixaozinha que eu tava começando a sentir, foi meio guardada na gaveta. Não consegui me desfazer dela, ainda que já não a carregue mais comigo. Tenho um pouco essa coisa de apego, sabe? Não sei me desvencilhar daquilo que me fez bem, mesmo que ja tenha passado. Se nao tivesse sido tão rápido, você teria conhecido a caixa que tenho com vários pequenos souvenirs. São bilhetes, entradas de cinema, ingressos de shows, folhas de árvore e agora, também com o que senti por voce. Tudo guardado. Colados em agendas.
   Na verdade nem sei se voce ainda anda por aqui. Escrevi isso tudo só porque queria que soubesse que às vezes penso nessas coisas. E que eu te amaria.

Grande beijo,
Luiz.

PS: Nunca mais comi no Mc'Donalds.

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